terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu fico impressionado com algumas coisas. A bola da vez agora é dar conselhos, ou repetir os tais conselhos através da página de relacionamento mais usada no momento: Facebook.
Fico impressionado em descobrir quantos aspirantes a psicólogos e psicanalistas existem, e mais impressionado ainda em saber que muitos deles são amigos ou conhecidos. Ha.
Deve ser divertido ler uma frase do Caio Fernando Abreu na internet, provavelmente achada no Google, copiar e colar no seu perfil. Mas o que eu sinceramente não entendo é, qual é o objetivo?
Imagino que seja auto-ajuda, ou também solidariedade para com um amigo passando por alguma dificuldade. AHHHHHHHHHHH. Eu gritaria se isso fosse um videolog, mas como não é... Enfim, eu me pergunto, será que alguma dessas almas perdidas do Facebook já leu algum livro inteiro do Caio Fernando Abreu? Ou já leu alguma obra da Clarisse Lispector? É revoltante, porque se você perguntar pra qualquer "poser" desses o nome de um livro de algum desses autores que tem suas frases postadas de forma "plágica" (isso mesmo, plágio e trágico numa palavra que eu inventei) ninguém sabe dizer um. Penso que nenhuma dessas pessoas saiba do prazer que é ler "Morangos Mofados" do Caio Fernando... ou que alguma mulher... mulher? Isso, ou que alguma mulher já tenha lido o livro "Só para mulheres" da Clarisse Lispector. Isso mesmo merda, eu li a porra do livro que seria "só para mulheres" e por acaso eu achei uma bosta, mas li pelo menos. Quer saber? Cansei, eu poderia ficar irritado, escrevendo páginas e mais páginas só pra criticar isso, mas não vou perder meu tempo nem gastar meu latim com isso. Pode parecer arrogante, mas penso eu que pra você gostar das "frases" de alguém, pelo menos conheça melhor esse alguém.
Adoro aquele ditado: "Quem vai no embalo é bosta".

Puta que pariu que merda de post;

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

7 lições do bambu

Depois de uma grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e falou: Vovô corre aqui! Explica-me como essa figueira, árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para balançar seu tronco se quebrou, caiu com o vento e com a chuva… este bambu é tão fraco e continua de pé? Filho, o bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. O bambu nos ensina sete coisas. Se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração. A primeira verdade que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor. Segunda verdade: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus na oração. Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasça outros a seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos, para que desse modo se livrem dos predadores. A quarta verdade que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Para ganhar, é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente. A quinta verdade é que o bambu é cheio de “nós” (e não de eu’s). Como ele é oco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis. Não devemos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles. A sexta verdade é que o bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser oco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo. Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá é exatamente o título do livro: ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa é a sua meta. SEJA COMO O BAMBU... Ele verga mais não quebra...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Inspirado por Léo

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto
mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar.
Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar
de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um
estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico:
só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de
inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes.
Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz
questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no
notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um
carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro
de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe
um exibido gritando "Não me olhem! Não me olhem!", só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as
atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele.
Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar,
mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo
mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para
embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a
anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o
tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que
tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é
vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se
vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos.
Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos.
Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar
os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada
adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que
seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.